neste ano

Metade das mortes no trânsito de Santa Maria é de motociclistas

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O trânsito de Santa Maria mudou, e muito, nos últimos anos. Não precisa ser especialista ou uma autoridade pública para asseverar tal entendimento. Além do contexto da frota que, atualmente, é de mais de 160 mil veículos, o sistema viário da cidade não acompanhou o boom de carros e motos que chegaram às ruas por meio de incentivos fiscais do governo, ao longo da última década.  

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Com isso, as ruas da cidade, que não receberam atenção e investimentos na mesma proporção, viraram uma arena de disputa desmedida por espaço e com uma crescente e assustadora falta de civilidade. O saldo dessa queda de braço entre todos que compõem o sistema viário se traduz em acidentes de trânsito e, no pior cenário, em mortes.

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Até esse mês, Santa Maria contabiliza 10 mortes no trânsito. Se considera, aqui, apenas aqueles óbitos que ocorreram no perímetro urbano. O número, a efeito de comparação, é o mesmo registrado em todo o ano passado. Na série histórica, que é feita pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS) e iniciada em 2007, em apenas quatro anos, o município não passou da casa dos dez óbitos: 2007 (9 mortos), 2013 (8), 2017 (7) e 2018 (10).

Ao abrir os números das 10 mortes, até aqui, eles mostram que metade das vítimas - ou seja, cinco óbitos - foram de motociclistas. O número, contudo, de mortes no trânsito neste ano, que vai se encerrando, pode aumentar. Isso porque há ainda duas mortes, também em decorrência de acidente de trânsito, que estão sob análise e ainda não tiveram um desfecho das investigações.

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Ao observar a frota em circulação - conforme dados do Detran -, o município contabilizava, até outubro, 162,6 mil veículos. Sendo, deste total, 98,2 mil (automóveis) e 29,1 mil (motociclistas). Ou seja, mesmo que as motos sejam quase um terço do total da frota (29,6%), elas representaram metade de todas mortes no trânsito dentro do perímetro urbano.

- O motociclista, em geral, é imprudente e tem uma postura arriscada. Claro que, tanto o acidente quanto a morte de um motociclista considera outros fatores também determinantes - observa João Fortini Albano, professor de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutor em Sistemas de Transporte.

Situação que preocupa o poder público. De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, a fragilidade do veículo somada, em muitos dos casos, à imprudência e imperícia ao volante (como excesso de velocidade) acabam sendo a combinação que fazem com que um acidente se desdobre em uma morte no trânsito.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

CONTROLADORES
A prefeitura, contudo, não deve colocar em atividade os controladores de velocidade, já instalados em, ao menos, quatro avenidas (Hélvio Basso, Walter Jobim, Diácono João Luiz Pozzobon). Ou seja, por enquanto, as câmeras instaladas seguirão monitorando o ir e vir de veículos, mas não irão multar motoristas que, porventura, excederem a velocidade nessas vias.

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Para o doutor em Mobilidade Urbana e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Carlos Félix, a morte de motociclistas fica evidenciada ao considerar o tripé: formação precária (junto a muitos CFCs), fiscalização deficitária (por parte do poder público) e ausência de uma política efetiva (junto ao Plano Diretor de Mobilidade Urbana) aos motociclistas.

- Quase todos são contemplados, em maior ou menor grau, junto ao espectro da mobilidade urbana: pedestres, transportes (coletivo, de carga e individual) e as próprias bicicletas. E toda atenção é dada aos carros e não às motos, que carecem de uma atenção mais específica e resolutiva - diz.

Já o João Fortini Albano, professor de Transportes da UFRGS e doutor em Sistemas de Transporte, destaca que a característica desse modalidade de transporte (motocicleta) é a da autonomia que se soma a um comportamento, muitas vezes, irresponsável:

- Eles (motociclistas) dirigem de forma perigosa. Numa colisão, ele acaba levando a pior, seja uma fratura ou, no pior cenário, a morte.

Albano acrescenta um outro componente que potencializa um acidente em que o motorista esteja sobre duas rodas:

- A condição de pavimentação precisa ser observada. Um buraco, além de desestabilizar a moto, deixa o condutor na iminência de um acidente seja pela frenagem ou por ter que desviar do buraco, o que pode lhe colocar em rota de colisão com outro veículo.

Do lado da prefeitura, o secretário Ponsi afirma que se segue apostando em ações específicas no trânsito, com a presença de agentes de trânsito nas ruas, e de outros métodos de contenção, como uso de bafômetro, para coibir certas práticas. Mesmo assim, ele acrescenta que quase sempre uma morte no trânsito se deve a uma infração cometida.

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